De acordo com dados estatísticos da International Labour Organization (ILO) ou Organização Internacional do Trabalho (OIT), em português, todos os dias pessoas morrem em decorrência de acidentes ocupacionais ou doenças relacionadas ao trabalho, resultando em mais de 2.78 milhões de mortes por ano. Além disso, 374 milhões de acidentes de trabalho não fatais ocorrem a cada ano, resultando em mais de 4 dias de ausências no trabalho. O custo econômico relacionado, a cada ano, gira em torno de 3,94% do produto interno bruto global, contudo o custo pelas vidas humanas perdidas é imensurável.
Nesse viés, a equipe de segurança do trabalho possui papel fundamental na prevenção de acidentes de trabalho. O Serviço Especializado em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho descrito na Norma Regulamentadora 4, também conhecido como SESMT, é responsável pela promoção da saúde e proteção da integridade do trabalhador no local de trabalho. Cabe aos profissionais integrantes do SESMT registrar mensalmente os dados atualizados de acidentes de trabalho e doenças ocupacionais e mantê-los à disposição da inspeção do trabalho.
Além das normas regulamentadoras que sustentam diretrizes no intuito de prevenir ocorrências de doenças e acidentes de trabalho, é recomendado aos profissionais de segurança do trabalho se apoiarem em outras normas e literaturas complementares, tais como estudos científicos e estatísticos, para prevenir acidentes de acordo com o ramo de atuação do seu local de trabalho.
Alguns métodos ordinários e disseminados na área de segurança do trabalho para prevenção de acidentes são:
Capacitação e Treinamento
Importantes serem aplicados antes do início das atividades, para que o trabalhador entenda todos os riscos existentes no desempenho da sua função, bem como aprenda os procedimentos operacionais. Treinamentos continuados, também conhecidos como de reciclagem, são primordiais na prevenção de acidentes de trabalho.
sinalização
Importantes para alertar o trabalhador quanto aos riscos existentes no local. Por menor que seja o risco relacionado a atividade em si, a sinalização faz parte dos procedimentos básicos de prevenção de acidentes e segurança no local de trabalho.
CIPA
A Comissão Interna de Prevenção de Acidentes, por ser constituída obrigatoriamente por trabalhadores, compõe um valoroso instrumento na prevenção de acidentes. Identificar os riscos do processo de trabalho, elaborar mapa de riscos e plano de trabalho são algumas das medidas impostas a esse grupo.
procedimento operacional padrão
Também conhecidos como POP, procedimentos escritos são importantes para oferecer ao trabalhador informações acerca das tarefas a serem executadas, de modo que a descrição detalhada de todas as operações estejam disponíveis. Devem ficar no local de trabalho e à disposição do trabalhador para consulta a qualquer momento.
equipamento de proteção individual
Os famosos EPI têm papel importante na prevenção de acidentes. Embora medidas de proteção coletiva e administrativa devam ser priorizadas na mitigação dos riscos, o uso correto dos EPI é indispensável para diminuir as chances de lesão grave, caso o acidente ocorra.
equipamento de proteção coletiva
Diferente dos EPI, a proteção coletiva visa reduzir os riscos aos quais um grupo de trabalhadores possa estar exposto no ambiente de trabalho. Os equipamentos podem ser móveis ou fixos e devem ser implementados conforme os riscos reconhecidos no local.
Quando implementadas corretamente as medidas preventivas se mostram eficazes para evitar acidentes. Porém, uma vez que ocorram é primordial investigar o acidente.
O antigo conceito de abordagem de acidentes apontava falhas humanas como principal causa e consideravam o ato inseguro como responsável por 95% dos acidentes de trabalho. Essa abordagem não é mais aceita, porque direciona a culpa do acidente para os próprios indivíduos acidentados e não leva em consideração a existência de erros sistêmicos. As abordagens mais recentes dissociam o erro humano como causa principal dos acidentes e levam em consideração uma abordagem sistêmica, na qual um conjunto de fatores interagem entre si de forma contínua, podendo conduzir a um acidente.
Embora existam diversas metodologias para investigar as causas de acidentes, tais como: Diagrama de Causa-Efeito, Análise por Árvore de Falha (AAF), What if, Estudos de Identificação de Perigos e Operabilidade (HAZOP), é essencial conhecer as atividades exercidas pelo trabalhador acidentado para aplicar a melhor ferramenta para aquele caso.
Além disso, qualquer que seja a metodologia escolhida para investigar o acidente alguns fatores deverão ser sempre observados. As tarefas executadas, as máquinas e ferramentas utilizadas, o indivíduo acidentado, a estrutura organizacional e o ambiente físico formam o sistema sociotécnico a ser estudado.
A condução correta da investigação do acidente proporciona à empresa um melhor planejamento de ações preventivas, de acordo com as causas identificadas na análise do acidente ocorrido. Ademais, ações corretivas são mais facilmente propostas quando identificadas as causas do acidente.